Cineclube Polytheama

domingo, fevereiro 24, 2008

Sessão dia 14/02/2008


A Vida e Morte de 9413, um Extra de Hollywood (The Life and Death of 9413, a Hollywood Extra - EUA -1928 - 14 min.) Direção: Robert Florey e Slavko Vorkapich; Com: Jules Raucourt, George Voya, Adriane Marsh, Robert Florey. Filme mudo.

Robert Florey nasceu em Paris, em 1900 e foi para os Estados Unidos em 1921, como um repórter de jornais de filmes franceses, rapidamente teve a idéia de um curta-metragem baseado nas impressões de um ator "um homem comum" que sonha em se tornar uma estrela de Hollywood, mas que o tempo só faz que as suas esperanças se esmigalhem.

Florey, alguns anos depois de sua chegada nos EUA, assistindo a uma apresentação "da Rhapsódy in Blue" de George Gershwin. Florey se inspirou para escrever este filme, das aventuras do seu extra em Hollywood, no ritmo musical da música de Gershwin. Os movimentos e as atitudes que parecessem sincronizar com notas de Gershwin. O roteiro foi realizado no tempo exato, plano a plano, determinando a metragem exata necessária, uma necessidade porque o orçamento de 97 dólares não era um grande orçamento. Este filme, uma história surrealista, mostra com grande influência dos expressionistas alemães e dos vanguardistas franceses

O Raucourt, o 9413 extra de Hollywood, depois de certo tempo não consegue mais nos estúdios de Hollywwod pontas, como costumamos chamar os serviços de um extra, e desempregado, vira um autômato. Acaba morrendo na miséria. No filme sua morte é representada por tesoura cortando película de um filme.

Apesar do escárnio dos colegas, ele sobe ao Céu (representado como a direção oposta de Hollywood), onde o número 9413, ofensivo, é apagado e ele vira anjo. O triste final, se ajusta plenamente à história melodramática do filme e sai como uma sátira aos finais felizes (Happy End) tradicionais de Hollywood.

Na sessão do cineclube, este filme foi apresentado, com a música de Gershwin, substituindo a trilha que jazzística que vinha no DVD original. Acreditamos que quem viu as duas versões, percebeu a enorme diferença, e entendeu melhor a montagem.

Escada de Serviço (Hintertreppe - Alemanha - 1921 - 50 min.) Direção: Leopold Jessner e Paul Leni; Roteirista: Carl Mayer; Com: Henny Porten, William Dieterle, Fritz Kortner.

Carl Mayer no ano anterior tinha escrito Caligari, e neste ano, 1921, fez antes "Destroços"(Scherben) e depois que veio Hintertreppe (Escada de Serviço), com cenários e direção de Leopold Jessner. Este filme foi um exagero de simplicidade. Ele coloca três personagens em movimento:uma empregada absorvida nas atividades domésticas de uma casa: seu amante, que viajará para longe mas promete mandar-lhe cartas: um carteiro, parcialmente paralítico, que tem um mórbido amor pela a moça, que intercepta todas as cartas. Acreditando ter sido abandonada, ela é levada por uma espécie de piedade maternal a procurar o carteiro em seu porão vizinho, e esta visita passa ser uma rotina. Na última visita é interrompida pelo amante que retorna. Na briga que se segue entre os dois homens, o frenético carteiro mata o seu rival com um machado; em conseqüência, a moça, num estado de total confusão, vai para o telhado e se joga na rua.O público alemão, na época, ficou irritado com tal acumulo de violência e miséria.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

sessão 31/01/2008

Na sessão do dia 31/01/2008, foram apresentados 2 filmes. O primeiro do nosso amigo e membro do cineclube Joel Pizzini, "Suíte Assad", e o outro para recordar o carnaval da década de 50 do século passado, dirigido pelo Carlos Manga, "Assim era Atlântida"

Suíte Assad


Homenagem singela à família Assad

Em tempos em que videoclipe é sinônimo de cortes rápidos, ritmo acelerado e câmeras de ponta-cabeça que chacoalham sem parar, Joel Pizzini (do curta "Enigma de um Dia") resolveu inverter todo o processo e trabalhar com sutileza em seu clipe "Suíte Assad". A câmera sai suavemente em travelling acompanhando os trilhos de uma estação de trem, na cidade de São João da Boa Vista. Na mesma velocidade e após um corte delicado, a câmera avança ao palco onde se apresenta a família Assad. Seu Jorge, com o bandolim, entoa a primeira melodia e as imagens parecem dançar com a música. A partir daí, entram em cena Dona Ica, Cito, Sérgio, Odair, Badi, Carolina, Clarice e Camille. Cada um com seu instrumento que vai de piano a berimbau. Intercaladas às canções, imagens do cotidiano da família são apresentadas. O repertório é de primeira linha: Pixinguinha, Cartola, Baden Powell, Chico Buarque, Jacob do Bandolim, entre outros. O vídeo foi filmado com câmeras Beta Digital, Beta SP e MiniDV. O cuidado com a harmonia som-imagem e a preocupação com o posicionamento da câmera fica evidente no plano em que o casal se encontra num galpão. Os dois caminham lentamente – imagem estática – em meio a um clarão proveniente de uma porta aberta

Assim Era a Atlântida


Senhoras e senhores: Assim Era a Atlântida:

Este é um documentário que mostra, os melhores momentos da Atlântida. Revive uma época de ouro do cinema brasileiro. Em 20 anos de atividade, a Atlântida produziu 67 filmes dos mais variados gêneros. Este filme reúne trechos dos principais filmes que sobreviveram a um incêndio nos estúdios da empresa, em 1952, e a uma inundação em seus depósitos, em 1971. Esses filmes foram reavaliados e recuperados através de um trabalho árduo e eficiente. Assim, você vê cenas antológicas do nosso cinema que marcaram o imaginário de várias gerações. O humor irreverente e debochado de Oscarito e Grande Otelo; os galãs Anselmo Duarte e Cyll Farney, as mocinhas Eliana, Fada Santoro, e Adelaide Chiozzo; Sônia Mamede, Odete Lara e Norma Bengell, os eternos vilões José Lewgoy e Renato Restier, e mais os cantores: Emilinha Borba, Francisco Carlos, Jorge Goulart, Nora Ney, Dóris Monteiro, além dos diretores Moacir Fenelon, José Carlos Burle, Watson Macedo, e Carlos Manga, que somente na Atlântida dirigiu 21 filmes e muitos outros atores, atrizes e músicos. A Atlântida criou uma maneira de ver e fazer cinema. Um cinema autêntico, popular. Expressão de uma época. Em sintonia com um tempo feliz, com muitos risos e romances inocentes. Muitos recordaram, outros conheceram, mas com certeza todos se divertiram